Quantas árvores não existem sem tronco nem raízes,
que mesmo se movendo permanecem no mesmo sítio de sempre,
o sítio onde nasceram e onde sabem que vão morrer.
Disse e repito: árvores.
Mas nós não somos plantas.
E à medida que o calendário burocraticamente define os limites do tempo, muitos assistem a tudo e sentem ou parecem não poder fazer nada.
Apenas assistem. Persistem. E não reagem.
Espero que não sejamos comparados a árvores nesse aspecto.
Que utilizemos a nossa mobilidade e capacidade de agir para pelo menos questionar certos e recentes tristes episódios em que alguns dizem a outros para se comportarem como árvores.
Que não falem nem se mexam.
Do que estou a falar?
Não sou partidária nem política, nem politóloga, nem socióloga... nem nada dessas coisas, mas vejo e oiço sobre o assunto. E tenho a minha opinião, como cidadã. E não me caiu muito bem ouvir falar em proibições de sátira em altura de Carnaval, em polícias que apreendem livros com a fotografia da nudez de uma mulher, em cenas infelizmente reiteradas de diz que não disse mas que afinal se fez, no culto do silêncio e da repressão se alguém estiver a ver o que alguém estiver a fazer mal, e se deixarmos isto passar em branco sem levantar cabelo, vamos começar a ver as árvores lá ao longe. Porque elas pelo menos permanecem no mesmo sitio e nós assim só recuamos!
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Beijinhos