"O Vaidoso e Pomposo Pavão no Jardim Botânico" - Madeira 2010
Li recentemente o 1.º romance do escritor Jorge Amado.
"O País do Carnaval" foi escrito em 1931, e contrariamente àquilo que se possa deduzir do seu título, não se trata propriamente de festa e loucura, nem de bailarinas nuas com plumas na cabeça a sambar em transe.
Trata-se essencialmente de um grupo de amigos, todos eles pensadores da vida, que de entre as enúmeras questões que colocam, não apenas sobre o rumo que leva o seu país, tentam desvendar o que é afinal isso de ser feliz. Tornam-se os mosqueteiros da Felicidade, e embarcam nessa (des) aventura. Qual será o sentido da vida? Há os que defendem que é ter uma religião e ter fé, os que acham que ter uma família e viver num sítio sossegado é quanto baste, os que encontram no não desejo (numa espécie de Super-Buda), no cepticismo, na serenidade, na indiferença, e na não expectativa a forma de lutar contra essa dúvida existencial, existem ainda os que procuram a alma gémea, os que se entregam aos estudos filosóficos e afins.... poderia aqui referir as mil e uma situações possíveis e que são intemporais. Não se aplicam apenas àquele tempo nem se limitam àquele país. Existem a todo o momento em cada um de nós. Penso que um dos caminhos para se ser mesmo feliz é necessaria, embora não sufucientemente, não querer fazer disso uma demanda impossível. No livro, nenhum deles encontrou a felicidade... talvez seja apenas uma utopia, um conceito de algo inantingível... mas a frase que me veio à cabeça no momento imediato à leitura da última frase do livro foi:
Só não é feliz quem não quer... pelo menos tentar!
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