"Biutiful is a love story between a father and his children. This is the journey of Uxbal, a conflicted man who struggles to reconcile fatherhood, love, spirituality, crime, guilt and mortality amidst the dangerous underworld of modern Barcelona. His livelihood is earned out of bounds, his sacrifices for his children know no bounds. Like life itself, this is a circular tale that ends where it begins. As fate encircles him and thresholds are crossed, a dim, redemptive road brightens, illuminating the inheritances bestowed from father to child, and the paternal guiding hand that navigates life’s corridors, whether bright, bad – or biutiful."
http://www.biutiful-themovie.com/"... He must deal with his loving but unreliable, reckless, and bipolar wife (from whom he is separated and who poses a threat to the safety of their children), and a large group of illegal immigrants for whom he obtains material so that they may not be deported. In the middle of all of this, he is diagnosed with terminal cancer, which he tries to hide from his two children."
http://en.wikipedia.org/wiki/BiutifulBiutiful... está beautiful! Mas não de uma beleza das coisas ditas bonitinhas, e sim de uma beleza quase cruel de tão real e chocante. É um filme de 2010 do realizador mexicano Alejandro González Iñárritu (que realizou também o famoso Babel - 2006).
Para além de extenso tem um ENORME peso dramático, mas é um filme que recomendo para quem gosta de ver coisas que podem custar de ver para quem não convive com elas de perto (e até para quem convive!) mas que são coisas reais, palpáveis e são a vida de muitas pessoas. Fez-me lembrar filmes como "Cidade de Deus", que no caso retrata a vida de miséria, crime e violência nas favelas brasileiras. Biutiful fala do underground de Barcelona. Retrata esta cidade mas podia ser qualquer outra grande cidade europeia ou americana porque os meandros são os mesmos.
A enorme quantidade de imigrantes ilegais que vivem em condições miseráveis, a sua exploração, os subúrbios que os turistas não vêem, o mercado negro e as relações de corrupção com a polícia, o dia-a-dia como uma luta árdua e constante, e num constante alerta... mas ainda assim sempre com um mínimo de esperança que as coisas melhorem. O filme fala também da bondade e amor quando tudo parece desmoronar-se em volta. E da inevitabilidade da morte....e fala de tantas coisas diferentes que se cruzam.... que só mesmo vendo... e mais uma vez refiro: recomendo!
A interpretação de Javier Bardem é magnífica.
Quando estive em Barcelona há alguns anos atrás lembro-me dos negros a vender malas e óculos de sol nas ruas perto das ramblas, lembro-me de vê-los a arrumar tudo num ápice e a fugir com a trouxa às costas assim que a polícia apareceu. Assisti a um cena muito semelhante à que aparece no filme, mas com menos violência.
A interpretação de Javier Bardem é magnífica.
Quando estive em Barcelona há alguns anos atrás lembro-me dos negros a vender malas e óculos de sol nas ruas perto das ramblas, lembro-me de vê-los a arrumar tudo num ápice e a fugir com a trouxa às costas assim que a polícia apareceu. Assisti a um cena muito semelhante à que aparece no filme, mas com menos violência.
Num dos dias em que lá estivémos apeteceu-nos caminhar um pouco mais. Percorremos as ramblas, entrámos no bairro gótico, avançámos até à zona do born e continuámos a caminhar.... é incrível como de repente o ambiente muda e parecemos estar noutra localidade. Fomos ter a um bairro que nunca fiquei a saber o nome, mas isso também não me interessava, o que recordo é que aqui as personagens eram diferentes... de diferentes etnias e todos com cara de poucos amigos, cara de revoltados e a olhar para nós directamente como quem avisa que não há problema nenhum em haver problemas... pareciam perguntar-nos "o que é que vocês estão aqui a fazer?!?" Começámos a perceber isso mas não querendo fugir apressámos o passo e voltámos em sentido contrário. Que alívio chegar novamente ao território overground. Para quem não vive nos subúrbios não convém muito, como devem imaginar, aparecer por lá com tiques de turista e máquinas fotográficas ao pescoço. Porque aquelas pessoas estão desesperadas e não têm medo de nada... porque na verdade também não têm nada a perder.
Vejam o filme.
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