de Milan Kundera. 1983.
Gostei imenso deste livro. Porque tem história (período da invasão russa na Checoslováquia), tem romance (acontecimentos e ligações entre homens e mulheres, que são amantes, marido e mulher, mãe e filha, filho e pai.... o peso da família naquilo que somos....), e nas entrelinhas tem bastantes reflexões sobre as coisas que se fazem, que se pensam...na vida.
Frases ou ideias que me ficaram deste livro:
Despidos de medos, vaidades, preconceitos e afins nada mais somos do que uma coisa incorpórea e intangível: a nossa essência.
"...as perguntas verdadeiramente importantes são as que uma criança pode formular - e apenas essas. Só as perguntas mais ingénuas são realmente importantes. São as interrogações para as quais não há resposta. Uma pergunta para a qual não há resposta é um obstáculo para lá do qual não se pode passar. Ou, por outras palavras: são precisamente as perguntas para as quais não há resposta que marcam os limites das possibilidades humanas e traçam as fronteiras da nossa existência."
"Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podíamos ser divididos em quatro categorias consoante o tipo de olhar sob o qual desejamos viver." Há aquele que procura o olhar anónimo, do público, sem qual se sente vazio e perdido. Há aquele cuja sobrevivência implica o "olhar de uma multidão de olhos familiares", diz-se que serão mais felizes que os primeiros, porque é mais fácil conseguir o olhar e companhia dos que nos estão ou são mais próximos. A terceira categoria inclui os que precisam de "estar sempre sob o olhar do ser amado", o que por si é uma condição perigosa face à escuridão que enfrentam caso os olhos do ser amado se fechem. E por último há aqueles que "vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes". São os sonhadores, que delineiam toda a sua vida com base nas expectativas que pensam que outros têm sobre si.
"Será sempre impossível determinar com um mínimo de segurança em que medida é que as nossas relações com outrem resultam dos nossos sentimentos, do nosso amor, do nosso desamor, da nossa benevolência ou do nosso ódio, e em que medida é que estão condicionadas pelas relações de forças existentes entre os indivíduos. A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da Humaninade são as relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais" Este raciocínio é apresentado eqnauanto a personagem Tereza acaricia a cabeça de Karenine, o seu cão.
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