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História... de Portugal! - I

Não sei porque "carga de água" andam a sair tantas publicações sobre a História de Portugal (ainda se estivéssemos em Junho e respectivas comemorações do Dia de Portugal... bem...). Seja por que for acho muito bem. Por acaso sempre foi uma área que senti saber muito pouco, com pena, talvez na escola não me tenham sabido despertar o interesse (sim a culpa é sempre dos outros!!lol) e fui sempre colocando estas leituras mais "densas" para depois disto e depois daquilo... enfim, passou o tempo e continuou e cresceu a minha santa ignorância sobre a história deste pedacinho de terra à beira-mar plantado e o seu povo. Só a história nos pode dar a conhecer como somos, o que somos e por que somos assim.
De povo destemido e aventureiro, houve qualquer coisa na evolução dos nossos genes porque hoje em dia o povo português é, maioritariamente, submisso e acomodado.

Aqui vai o meu resumo dos resumos (!!) que tenho andado a ler, sobre o início do nosso País:

Tudo começou há muuuuito tempo atrás.
Havia um povo a que chamavam Lusitanos que ocupou grande parte daquele que é o nosso território actual, na altura denominado por Lusitânia. Os Lusitanos eram um povo de fibra que, aquando da invasão da Península Ibérica pelos Romanos, e contrariamente aos restantes povos que aqui viviam , resistiram durante séculos para tentar manter o seu território. Os Romanos demoraram mais de 200 anos para conquistar a Lusitânia. Quando o conseguiram fazer (cerca de 139 a.C) trataram de implementar os seus costumes, cultura e religião cristã de forma a assegurar que o seu poder criasse raízes profundas na comunidade e assim se tornasse ainda mais forte. Foram entretanto criadas as cidades de Olissipo (mais tarde Olissipona... e depois Lisboa), Bracara Augusta (Braga), Aquae Flaviae (Chaves) e Aeminium (Coimbra).
Ao longo dos tempos houve sucessivos ataques e tentativas de invasão por parte de diversos povos que tentavam alargar território e poder. Entre esses vieram povos bárbaros como os Suevos e depois os Visigodos (400 - 700 d.C. - séc I). Estes últimos aliaram-se aos Romanos para auxilio na expulsão de outros povos invasores da Hispânia (assim era chamada a Península Ibérica). Fundaram um reino, a monarquia visigótica, sediado em Toledo. Mas tiveram grandes dificuldades em integrar-se na cultura já existente, e também não conseguiram implementar a sua.
Vieram então os Muçulmanos... os mouros, que conseguiram dominar o território em apenas dois anos e estabelecendo acordos com os chefes visigodos. A Península Ibérica passou então a chamar-se Al-Andaluz. Mas o território acabaria por regressar ao domínio cristão. E a preparação desta bem-sucedida ofensiva foi gerada nas Astúrias, que passou a ser um reino, mais tarde conhecido como reino de Leão.
Em 868 o rei das Astúrias enviou soldados para reconquistar aos mouros a região do vale do rio Douro. Nasceu a província de Portucale, integrada na região da Galiza e sob domínio do reino das Astúrias.
Mas os muçulmanos estavam a ganhar força com a ajuda de novos povos invasores. Nessa altura Afonso VI, rei de Leão e Castela, pede auxílio a outros monarcas cristãos europeus. Chegam então os cruzados, entre os quais se destacam dois bravos e vitoriosos cavaleiros franceses: D. Raimundo e D. Henrique de Borgonha. Afonso VI concedeu-lhes a mão das suas filhas D. Urraca e D. Teresa. O primeiro casal ficou com o Condado da Galiza e D. Hentrique e D. Teresa ficaram com o Condado Portucalense.
E o resto é história... nascida da vontade do próprio D. Henrique, e de alguns nobres portucalenses,em tornar este condado independente do domínio do rei de Leão e Castela.
Foi o herdeiro de D. Henrique de Borgonha, D. Afonso Henriques (que veio a ter o cognome de O Conquistador, o Rei Fundador D. Afonso I) que tornou realidade os planos e desejos do pai.


Em 1179 o papa - "o único homem a quem os reis beijavam os pés" - reconheceu Portugal como reino independente.
Vieram depois toda a linhagem monárquica. Uns mais aptos que outros, uns com maior ambição que outros. Uns com histórias mais intensas que outros. Mas na minha opinião, os tempos mais áureos ocorreram no século XV, na altura de D. João I (Mestre de Avis que havia sido escolhido Regedor e Defensor de Portugal). Imaginou-se um mundo novo e tornou-se realidade forma de o conhecer através de mares nunca antes navegados. Deram-se início aos Descobrimentos.... e à marca intemporal dos portugueses no mundo.

Os portugueses foram cruciais no conhecimento geográfico do mundo, e depois no desenvolvimento das ligações entre países e respectivas trocas comerciais. Produtos valiosos e específicos da Ásia, África e Américas foram dados a conhecer à Europa por nós. Fomos nós, os nossos antepassados, que tornaram possível a troca e a partilha a nível mundial. Fomos nós que abrimos essa porta. Isto hoje em dia pode não parecer nada de especial, dado que vivemos num mundo já completamente globalizado em que a troca de informação e bens é feita de forma quase instantânea, onde as culturas já se misturam e onde parece existir, paradoxalmente, uma mistura entre os países, continentes e culturas mas um afastamento cada vez maior entre as pessoas dentro desses mesmos países e continentes. Mas na altura os Descobrimentos foram feitos heróicos, quase sobre-humanos, e isso deu aos portugueses e a Portugal uma justa fama de aventureiros, empreendedores, bravos, nobres, abençoados e iluminados. Tempos idos?!?! Esperemos que não... que continuemos a ser uma "nação valente e imortal".

Comentários

João Bento disse…
E no decorrer da nossa história tornamo-nos num dos povos mais multiculturais da Europa... Sem nunca sair do nosso canto, contactamos com as mais prósperas culturas do mundo! Adequando a nossa forma de ser e estar a todas elas!=D.

Muito bom!=D. Gostei!;).
Anónimo disse…
bem melher, vai ver se te querem para o programa do José hermano saraiva. levas jeito!!
D

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