Recentemente fui convidada para fazer parte de uma lista. Uma lista política. Neste caso para as autárquicas.
A minha primeira reacção foi "oi?!" porque eu não sou nada ligada à política. Para mim aquilo a que actualmente designam de política não passa, na generalidade obviamente, de uma farsa, um embuste, uma forma que alguns encontraram de ter poder e dinheiro.
Pois bem, mas dada a consideração que tenho pela pessoa que me convidou fiquei de pensar e pedi algum tempo para dar resposta. Para mim, e como hoje em dia, não há uma efectiva diferença entre os partidos no que respeita à prática da sua ideologia (quero com isto dizer que no bla bla bla são diferentes mas na prática são todos iguais), e não querendo nunca deixar de exercer o meu direito ao voto, guio-me pelas pessoas. Pela confiança que me inspirem, pelo trabalho que tenham desenvolvido, por aquilo que eu saiba e tenha julgado delas. Para mim pouco me interessa se o Manel ou o Zé são dos laranjas, dos rosas, dos azuis, dos verdes, dos vermelhos ou do raio que os parta. (já viram como é irónico pensar que a cada partido/ideologia está associada uma cor. E que, artisticamente falando, um quadro será tão mais belo quão harmonioso for na forma como as cores estejam proporcionadas, misturadas ou colocadas entre si. Para mim, que gosto de coisas coloridas acho que um bom "quadro" da sociedade seria aquele em que houvesse oportunidade ao entendimento entre as várias linhas de pensamento. Mas não para a discussão, sim para um diálogo aberto e construtivo. As sociedades nunca evoluirão verdadeiramente se não for dada oportunidade à união e esforço sincero e colectivo que usufrua das diferenças.)
Bem... mas voltando ao que estava a escrever. Para mim importam as pessoas. Não me interessa a cor que o Manel defenda, apenas me interessa que tipo de pessoa é o Manel e por que tipo de pessoas se rodeia, que tipo de gente tem a sua equipa.
E foi precisamente isto que me fez dizer obrigada mas não ao convite que recebi. Porque seria para fazer parte de uma lista encabeçada por uma pessoa por quem eu não tenho o mínimo respeito a nível profissional (pessoal não posso dizer porque não tenho contacto propositadamente). É uma pessoa por quem sinto um certo desprezo e não me desperta um pingo de confiança. Por ser uma pessoa que eu sei não olhar a meios para atingir fins. Por não ser rigorosa, por não ter brio no que faz e acima de tudo por ser corrupta. E posto isto ficou bastante claro que eu não me meto em coisas em que não acredite.
Há bastantes vantagens em dar a cara e tal.... pois claro que há. Toda a gente o faz porque é que não o hás-de fazer também?! Pois... é precisamente por se pensar assim, e por saber que a maior parte das pessoas que "dão a cara" o fazem para proveito próprio e por interesse pessoal que as coisas estão como estão. Mal, muito mal!
Pessoas com valor E de valor precisam-se. "Num governo perto de si."
De qualquer forma o meu muito e sincero obrigada à pessoa que me convidou. Pelo voto de confiança e amizade.
Nunca direi que não vou ou não quero entrar para a política. Não nego que gostaria de pertencer a essa classe que acaba por definir o futuro do país. Gostaria de contribuir activamente para isso, com as minhas opiniões e estudos, com o meu gosto pela discussão e pelo debate, com o meu empenho pessoal e profissional na esperança de mais justiça e bem-estar na vida dos cidadãos. Cidadãos que são pessoas, seres humanos complexos mas com necessidades básicas. Um dia quem sabe. Mas só entro por uma porta que eu muito goste e em que acredite.
Nunca direi que não vou ou não quero entrar para a política. Não nego que gostaria de pertencer a essa classe que acaba por definir o futuro do país. Gostaria de contribuir activamente para isso, com as minhas opiniões e estudos, com o meu gosto pela discussão e pelo debate, com o meu empenho pessoal e profissional na esperança de mais justiça e bem-estar na vida dos cidadãos. Cidadãos que são pessoas, seres humanos complexos mas com necessidades básicas. Um dia quem sabe. Mas só entro por uma porta que eu muito goste e em que acredite.
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