Há coisas engraçadas. Há quem lhes chame coincidências mas como eu acho que não existem such things chamo-lhes então... coisas engraçadas... sim que eu sou rapariga que custa um bocadinho (só um bocadinho!!) dar o braço a torcer e portanto agora também não o ia fazer!
Há pouco tempo descobri na blogosfera alguém que como eu partilhou que adorou a experência de ficar a ver as chegadas no aeroporto de Lisboa. Aquilo é o céu para sonhadores e interessados em analisar e observar os outros, construir-lhes estórias e ver como chegam, com quem chegam, quem têm à espera, as suas expressões e gestos. I love it!
Pois agora essa mesma blogger partilhou um outro gosto que eu por acaso nunca aqui mencionei mas que também tenho. O fascínio pelo abandono. Quando li o post nem queria acreditar! Tenho fascínio e curiosidade pelo adandono, mas não num sentido de explorar a degradação e a putrefacção, mas sim de olhar para as coisas abandonadas e imaginar como seriam aquando do seu auge, de tentar perceber porque estão assim agora e ainda como ficariam se as recuperasse. Quando vou a algum sítio diferente não consigo ficar indiferente (!) a casas ou edifícios grandes abandonados. Aquilo chama-me e por momentos fico ali a olhar, a pensar em como o abandono convive muitas vezes lado-a-lado com a agitação e o movimento, em como transforma irremediavelmente uma paisagem, e tiro imensas fotografias... a casas abandonadas, telhados caídos, janelas partidas, paredes rachadas com ervas a romper por entre as fendas nos tijolos, árvores dentro de quartos e salas outrora fechados, paredes grafitadas... enfim... não posso negar que chego a encontrar beleza em alguns casos. Aquilo fascina-me, intriga-me. E quando a natureza irrompe pela casa adentro como se a quisesse absorver, ou esconder dos olhares alheios... ou como se a quisesse proteger... ou talvez mostrar que Ela é bem maior e bem mais forte e mais paciente do que qualquer monte de cimento, vigas e tijolos... é fantástico, e poético.
E pelos vistos eu e essa blogger não somos as únicas porque ela própria faz referência a um trabalho artístico de um fotógrafo sob esta mesma temática.
Muito interessante... em como encontrar beleza no abandono. Ver aqui.
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