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Mais do mesmo

Eu gostava de ter muito poder. Todo o poder do mundo se possível. Sim há dias em que me sinto especialmente ambiciosa... e já vão perceber porquê! Queria todo esse poder apenas e só para chegar a um sitio qualquer e poder mudar aquilo que vejo ou acho que está completamente errado ou seja completamente ineficiente. Não que considere que só aquilo que eu acho é que está bem mas há padrões mínimos de qualidade e eu sei muito bem quais são! Uma perspectiva militarizada e ditadora, eu sei, mas bolas... às vezes é que apetece fazer. E cada vez mais não tolero desperdício e ineficiência. As pessoas não gostam de festinhas na cabeça, as pessoas não se esforçam com palavras bonitas, cordialidade, simpatia nem serem “levadas a bem”. As pessoas só acordam e só trabalham bem se sentirem ameaça, pressão, vigia. Não se conseguem auto-motivar. Desculpem mas a verdade é que cerca de 90% das pessoas são assim. Queixam-se de tudo mas também não justificam o lugar que ocupam e as oportunidades que têm na vida. É só ai ai ai mas não passam da ladainha. Infelizmente é assim. Hoje apetecia-me imenso de chegar a um qualquer serviço público e dar um valente pontapé no rabo daqueles que lá estão e atendem mal ou não atendem a razão que lhes dá trabalho: os cidadãos.
Ando com um feitio de merda talvez... sorry... Não sei se é bom ou mau ser exigente e tentar fazer com que as coisas fiquem mais claras, mais justas, melhores. Se calhar o meu problema é mesmo esse. Não o de querer melhorar, mas o de querer melhorar todas as coisas. Algo me diz que será tarefa inglória e impossível. Não me calo perante uma situação qualquer com a qual não concorde e desafio as pessoas, sejam elas quem forem. Desde o porteiro até ao Muy Ilustre e Digníssimo Exmo. Sr. Dr.... I dont care! Adoro a expressão nas suas caras pouco habituadas a contra-posições e a desafios. Mas O pior é ver que há muitas dessas pessoas que nem com isso se sentem afectadas. Como se estivessem dormentes ou assim. Sinceramente não percebo. Muitos queixam-se que não têm trabalho e têm que estar no desemprego mas depois têm propostas e não aceitam, e depois também há os que têm trabalho mas não se esforçam por fazê-lo bem. E não me venham com a conversa da crise e da desmotivação porque esta doença não é de agora. Tenho zanga a todos os que estejam num serviço público (e no privado também não gosto mas calo) e não atendam bem as pessoas, não se esforcem por resolverem as situações, não sejam eficientes. Essa gente preguiçosa cá no meu entender era tudo mandado para a rua. Não tenho pena nenhuma de quem não se esforça. Às vezes sinto que estou constantemente num campo de batalha e não posso negar que isto é cansativo, esgotante, desgastante, enlouquecedor mas também é viciante. Assim como perigoso... O limite entre a justiça e a obsessão pela justiça (que pode não parecer mas são duas coisas antagónicas) é muito ténue. E algures nesse caminho perde-se a razoabilidade. É esse o perigo. Nestas situações tenho apenas e só medo disso. De não discernir bem e deixar-me cegar pela sede de corrigir, aperfeiçoar, racionar, reclamar, equilibrar, melhorar. E claro… arrisco a tornar-me personna non grata. O que é chato! Mas apenas isso.

Já aconteceu detectar num Centro de Saúde algures neste nosso Portugal estarem a cobrar 5 euros por uma consulta não presencial (o médico não vê o doente) quando deviam cobrar apenas 3 euros. Quando questionei a sr.ª que, antipática comó-raio, estava rudemente a chamar e a registar os doentes, disse-me que nem sabia o que isso era e que tinha sido sempre assim, que se cobram sempre 5 euros. Ai é?! Disse a minha expressão favorita: Então chame-se o Director aqui deste Centro porque eu quero falar com ele e não vou embora até resolvermos isto. Voilá! A Sr.ª de repente mudou para veludo e o Director ainda pensou que eu não sabia bem do que estava a falar e ainda me disse que não estava a perceber bem a situação. Pois não... eu é que percebi o que ele estava a tentar fazer. Não armar alarido, corrigir a situação e ficarmos por ali. Mas acho que depois começou a perceber que eu sabia tão bem como ele a legislação em vigor. A partir dessa data os doentes deixaram de ter de pagar 5 euros quando apenas tinham de pagar 3. Pode não parecer muito mas não sabem a quantidade de velhotes com reformas miseráveis que andavam a "perder" dinheiro nisto, porque eles quase todas as semanas precisam de ir ao centro de saúde pedir ou ir buscar as receitas de medicamentos e afins. E o que mais me custa não é isso, que consegui inverter mais cedo ou mais tarde, é o facto daqueles funcionários (que também são cidadãos e que também hão-de ter familiares  ou alguém conhecido nestas condições) não lhes roer a consciência de estarem a prejudicar activamente os outros...seus equiparados. O que mais me preocupa e entristece é essa gente nem se preocupar com isso e ainda por cima alegar desconhecimento da lei... que como sabemos não abona a favor de ninguém. Ao menos isso!


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