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Para quê?!?!?!

Já alguma vez foram roubados?

Não há sensação de maior raiva e simultânea impotência. Há uns anos atrás a casa da minha irmã foi assaltada. Felizmente ninguém estava em casa naquela altura. Quando chegaram começaram a ver as coisas espalhadas pelo chão, as gavetas e os armários todos abertos. Depressa perceberam que algo se tinha passado na sua ausência, ainda que não houvesse nenhum sinal de arrombamento. As únicas coisas estranhas eram pegadas perto de uma janela de sacada. Crê-se que foi por aí que os ladrões entraram. Na altura eu estava lá. Quando chego a casa a minha irmã diz-me "fomos assaltados". Por momentos não acreditei mas a expressão dela não deixava margem para dúvidas. Ainda hoje recordo esse momento e sinto o mesmo arrepio pela espinha. Por um lado fiquei imensamente aliviada por eles estarem todos bem, por outro só queria descobrir quem tinham sido os filhos da puta que o fizeram e se possível bater-lhes... para não dizer o óbvio.
Excusado será dizer que nunca se veio a confirmar exactamente quem foram os ladrões. Neste caso as ladras. Porque nesse mesmo dia várias casas foram assaltadas e foi visto um grupo de jovens raparigas romenas todas vestidas de preto e ténis (as pegadas eram nitidamente de calçado desportivo). Pensa-se que faziam parte de um grupo de romenos que se dedicou a assaltar casas em Portugal naquele ano, com a ajuda de ciganos que lhes passavam informação acerca dos hábitos das famílias, e o intuito dos roubos era essencialmente ouro e dinheiro. Fora tudo aquilo que levaram e que nunca mais se recuperou (e nisto a Justiça também funciona que é um mimo oh si cariño... mesmo que se encontrem algumas peças roubadas o visado tem de se esmifrar para provar e comprovar e voltar a provar que aquela peça era mesmo dele... conclusão as peças ficam para a polícia/governo! yap!) acho que a pior coisa que aquela gente reles fez foi mesmo quebrar a nossa sensação de segurança. Não há palavras para descrever o que sentimos ao olharmos para as nossas coisas completamente remexidas e saber que alguém que não conhecemos e que não convidámos lhes andou a tocar... nas nossas coisas.... no nosso lar. Isto desencadeia em nós o mais instintivo e primário desejo de encontrar quem o tenha feito e fazê-lo pagar por isso. Não que isso nos devolva imediatamente o que antes tínhamos como certo, que é a sensação de segurança e conforto da nossa casa, do nosso cantinho, mas pelo menos alivia a raiva que sentimos.
Muito sinceramente não penso que as tais raparigas sejam efectivamente as culpadas. São jovens, crianças exploradas, que as redes criminosas usam para fazerem o trabalho sujo e não se conseguir chegar aos cabecilhas caso algo corra mal. Além disso como tinham menos de 15 anos nem sequer puderam ficar presas...

Pois durante este Verão foi a minha vez de ser roubada. Não em casa (felizmente), mas na minha horta! Sim tenho uma horta! Sou hortelã! E sim, é frustrante uma pessoa semear e plantar as coisas com tanto carinho e trabalho (porque a lide da terra e do campo dá mesmo muito trabalho....a sério...) e depois chegarmos lá e terem-nos roubado o que quer que já estivesse crescido. Não provei uma única melancia das que semeei este ano. Também já me roubaram ferramentas e ontem... bem ontem foi a vez de todas as sementes que já tinha separado para cultivar esta época. Sim... pode parecer ridículo mas acreditem que o sentimento é tal qual o mesmo comparado com o roubo em casa. Alguém nos usurpou a propriedade, meteu as mãos sujas nas minhas coisas e levou-me não apenas o investimento financeiro que tinha feito, como o trabalho que tinha tido em preparar e separar cuidadosamente o que cultivar, onde e junto ao que cultivar. Oh minha gente... qual a necessidade de roubar este tipo de coisas?! Continuo mesmo sem perceber porque é um tipo de coisas que se me pedirem eu dou às vezes até mais do que me tenham pedido. Não é gente boa portanto. E isso dá-me medo e outra vez raiva. 
Tudo isto para dizer que estou com uma vontade enorme de dar uma sova em alguém. Mas calma.... não é alguém que me apareça à frente! Se ontem não o fiz não é agora que o vou fazer. É descobrir (porque vou descobrir custe o que custar) quem é que anda a fazer isto e vou-lhe apresentar uma coisinha que lhe ando a preparar, tenho a certeza que vai adorar... Eu sou muito paz e amor em praticamente tudo. Mas não me toquem, nem a mim nem aos meus, sem a minha autorização. Não tenho medo dessas pessoas e quero vê-las sofrer, física e psicologicamente, o mais possível. Transformo-me na coisa mais bruta, sádica e insensível do mundo.

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