Costuma dizer-se que há uma sem duas, mas não há duas sem três. Pois bem, a história dos meus três mais recentes amores felinos termina neste terceiro post acerca do assunto.
Sinto-me simultaneamente feliz e triste. Mas um bocadinho mais triste, já vos explico porquê.
Como não podia ficar com a gatinha mãe nem com a pequenina (e como sabem já tinha encontrado um dono para o outro pequenino, o amarelinho!) perguntei a várias pessoas conhecidas, e também contactei o Cantinho dos Animais. Expliquei a situação, enviei fotos e pedi ajuda para encontrarmos uma solução para esta situação: encontrar um lar para as gatas (mãe e filha), de preferência juntas, e esterilizar a mãe. Dias depois recebo uma mensagem do Cantinho com o número de telefone de uma senhora que estava interessada em ficar com as duas! Naquele momento achei que era muita sorte e fiquei super feliz. Mas pouco depois já sentia a preocupação de não saber quem era a senhora, de não saber concretamente se ela trataria bem delas, a incerteza em se estaríamos a fazer a coisa certa.... Ora... nesse mesmo dia, e durante esse período de hesitação em telefonar para a tal senhora para combinarmos a entrega das gatinhas, sou eu que recebo um outro telefonema. De uma amiga que por acaso até já me tinha ligado na semana anterior a tentar convencer-me a ficar com a gata pequenina. Mas desta vez o telefonema tinha outro intuito... numa das fotos que publiquei aparece, de perfil, a gata adulta. Era a gata dela que havia desaparecido em Maio deste ano e que ela já não tinha esperança de voltar a encontrar!!!! Confirmámos in loco pelas características específicas da gata e com as fotos antigas que ela tinha da gata quando estava em casa. Era mesmo ela... que coisa surpreendente não acham?!!? De repente aparecer-vos um animal a precisar da vossa ajuda, vocês acarinharem-no e nos entretantos descobrirem que ele é de uma pessoa vossa amiga!!! É uma história bonita sem dúvida.
Conclusão da história: hoje conseguimos apanhar a pequenina (que deu muita luta para ser capturada!) e lá foram as duas para a casa da minha amiga.
Na altura senti uma enorme sensação de "dever cumprido" e satisfação por ter conseguido manter as duas gatas juntas e ainda por cima ter ajudado uma amiga a recuperar a sua gatinha desaparecida.
No entanto também ficou um enorme vazio. Quando voltei para arrumar as coisas das gatas, do sítio onde lhes dava de comer e onde lhes fiz uma alcofa... chorei. Porque senti a sua falta. Senti a falta de vê-las por ali atrás de mim ou a apanhar sol. Senti a falta de não poder continuar a ver todos os dias como vai crescendo a pequenina que ajudei a salvar. E claro... senti a incerteza de ter ou não tomado a melhor decisão para elas. Será que vão ser bem tratadas? Será que se vão adaptar? Será que devia ter ficado com a pequenina? Será que as devia simplesmente ter deixado no sítio onde estavam? Será.... que estão e vão ficar bem?!?
Quer queiramos quer não criamos afeição e laços com os animais. São como família, fazem parte da nossa rotina e do nosso dia-a-dia, e a sua presença passa a fazer parte de nós...
Dói muito afastá-los. Ainda mais quando somos nós a fazê-lo, ainda que com a melhor das intenções e supostamente para o bem deles. Digam o que disserem neste campo seremos todos egoístas não é?! Custa muito largar o que se gosta...
1 - os dois pequeninos que passámos a alimentar e a cuidar
2 - a gata mãe, sempre muito atenta mas simultaneamente muito amistosa e meiga connosco
3 - a pequenina pretinha, arisca, esquiva, assustadiça e muuuito rápida e esperta! Ah... e camaleónica como se pode comprovar nesta foto!! :))
4 - momento em que capturámos a pequenina....que sofreu um bocadinho e estava muito assustada. A mãe deixou-nos fazer tudo mas nunca saiu de perto dela. :')...
Comentários