Há perguntas para quais nunca teremos uma resposta única e certa. Não são por isso problemas... diz a Ciência Matemática que estes só existem se existir solução. O que são então?! Pois... também não tenho resposta para essa pergunta acerca daquela outra pergunta!
Introduzi de propósito a Ciência Matemática nesta abordagem. Como poderia ter introduzido qualquer outra ciência, desde que abstracta ou racional. Porque não é comum falar-se de amor de forma racional. O amor, dizem-nos (ou subentende-se), que só tem a ver com as coisas do coração. Que não se explica, nem se demonstra através de nenhuma fórmula certa. Será? Será que não podemos pensar sobre o amor? E fazer perguntas?
Como nasce o amor entre duas pessoas? Nasce ao primeiro impacto, ou é fruto da evolução de outros estadios como a atracção, o carinho e a amizade? Em que momento crucial se decide que uma pessoa ame outra? Porque é que sentimos esse tipo de ligação com umas pessoas e não com outras? O que aproxima e o que afasta as pessoas? O que dita a atracção entre elas? A amizade é essencial no amor ou não? E em que fase do amor? Qual o amor mais verdadeiro e duradouro tendo em conta a forma como começa? E será que efectivamente interessa para alguma coisa a forma como cada amor começa?...
O amor verdadeiro é intenso ou sereno? Ou é ambas as coisas numa mágica e indecifrável conjugação temporal e física? O que é isso de amor verdadeiro? Podemos ter mais do que um na vida? No amor verdadeiro a paixão mantém-se sempre acesa? O amor está sujeito ao desgaste? De quem é a responsabilidade do desgaste ou do fim de um amor? As coisas acontecem porque têm de acontecer ou são da nossa inteira responsabilidade? Um amor verdadeiro terá mesmo fim? Ou será que nunca acaba, podendo apenas mudar a sua forma de existir? E se o amor entre duas pessoas terminar, não pode continuar a amizade e o elo que têm essas pessoas entre si? Isso é impossível? Porquê? O que se sente no fim de um amor? Alívio ou medo? Como ficam duas pessoas que partilharam amor entre elas e deixam de fazê-lo? Afastam-se e evitam-se ou encaram-se e aceitam o seu novo estadio em comum? Como se cumprimentam se se encontrarem na rua, e o que sentem? Porque é que há pessoas que o conseguem fazer facilmente e outras não? Não seria amor naqueles casos? Será que mesmo depois de um relacionamento terminar,e passado muito tempo, as pessoas continuam a pensar na outra? Continuam a preocupar-se com a outra? E se a outra morrer, de repente? Ou lhe acontecer alguma coisa de mal? Vamos a fugir ter ao seu encontro ou deixamo-nos ficar no nosso canto por respeito à sua nova vida ou a preceitos que nos impingem que temos de respeitar? E se formos a fugir ter ao seu encontro? Isso é amor ou amizade? E se virmos a outra pessoa com alguém? Vamos sentir ciúmes, curiosidade ou normalidade? O amor é complicado? Ou... se for complicado não é amor?!
O amor sempre flui? O amor é sempre natural? O amor...
O amor não se procura, encontra-se.
Diz-se que sim. Quem sabe, talvez seja o amor que nos encontre a nós! E nós não podemos fazer nada, seguindo inconscientemente um caminho que ele próprio designou para nós.
Uma coisa é certa, o amor é a força mais sábia, unificadora, catalisadora, intensa e resiliente da nossa existência.
E assim, o que tiver de ser, será!
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