Hoje (bem... como já passa da meia-noite já foi ontem!), caso não se tenham apercebido (o que, convenhamos, é praticamente impossível, dado o bombardeamento de corações e material fofinho em todos os lados) é Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim (que, caso também não saibam, diz que foi um bispo romano que celebrou inúmeros casamentos à revelia do imperador Cláudio II - que queria que os jovens se alistassem facilmente e se concentrassem apenas no exército e portanto proibiu os casamentos - e que quando foi descoberto foi... decapitado a 14 de Fevereiro de 270. Sim, leram bem. Portanto esta data assinala a decapitação do protector dos namorados. Não sei se sou só eu que por norma sou do contra, mas já que o objectivo era celebrar e glorificar a vida do referido bispo porque não fazê-lo na data do seu nascimento e porquê na data da sua horrível morte?!)
O que é certo é que quem liga a esta data e cumpre os rituais todos de acasalamento enamoramento dificilmente conseguirá escapar mental e completamente são no final do dia, depois do frenesim e das filas e dos preços inflacionados para as flores, os chocolates, os bilhetes, o jantar, e as velas etc etc etc. É toda uma lista de tarefas obrigatórias! E os que não ligam, têm que, quer queiram quer não, obrigatoriamente chegar ao final do dia e darem por si a pensarem no assunto. Portanto, não há escapatória. De todos os lados a ofensiva de estandarte "coraçõezinhos" avança destemida e não há trincheira nem escudo que nos proteja de uma coisa destas. Basicamente, tire o cavalinho da chuva quem, com ou sem namorado, quiser ignorar esta data e ter um dia completamente normal. Sim, porque na minha opinião este deveria ser um dia completamente normal. O normal, idealmente, seria que todos os dias houvessem os gestos, o carinho e a paixão que tanto publicitam serem obrigatórios para o dia dos namorados. Não... não têm de comprar-se flores nem chocolates nem escrever bilhetes nem ir jantar fora nem passar a noite num hotel. Tem que haver, isso sim, numa base diária, uma tal cumplicidade e vontade mútua e contínua de estar com o outro, de partilhar, de surpreender, de agradar, de... se estar bem. Isso é que é bonito e isso é que se devia celebrar. O conseguir manter um amor a caminhar (ia colocar a andar....mas é mais caminhar pois este último significa andar mas com um objectivo...) todo o dia, todos os dias.
Se ligo ao dia dos namorados?!
Não, e sim. Sim, e não.
Passo a explicar: acho a maior parte das coisas associadas a este dia uma foleirice pegada e sem sentido (como por exemplo o ir jantar a um sítio apinhado de outros casais, onde não se consegue ter privacidade e intimidade que ao fim ao cabo seria, ou deveria ser, o propósito essencial da ocasião! Prefiro mil vezes qualquer coisa especial, sim, mas mais íntima e privada. Até pode ser em casa! Fazer-se um jantar especial, acender-se uma vela, beber-se um bom vinho, criar um ambiente envolvente! Porque o que interessa é estar com a outra pessoa. Ninguém precisa de ver isso, nem nós precisamos mostrar isso a ninguém...).
E sim, porque todos os momentos em que tentamos surpreender o outro, com pormenores aqui e ali, tornando um simples jantar especial, fazer uma receita nova, pensar num convite para fazer algo diferente e a dois são sempre injecções de boa energia na relação e no amor que sentimos. E isso só o pode fazer crescer.
É muito fácil falar, eu sei. O difícil é pôr em prática todas estas boas intenções... das quais, como sabemos, está o inferno cheio!
Como foi o vosso dia dos namorados?
O meu foi... como dizer.... hummmm... muito resumidamente, e como diria um famoso comediante da nossa sociedade... uma bela merda! Yap! Acontece! Porquê? Por tudo, e por nada...
Feliz dia (dos namorados ou não) para vocês! ;) Desejo que não precisem de um dia dos namorados para... namorarem... va benne?!
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