Antigamente via/ouvia imenso a MTV. De há uns anos para cá já é raro, não apenas porque o tempo para o fazer já não é tanto mas também porque a MTV hoje em dia mais parece um canal de reality shows do que um canal de música como era suposto! Ora certo dia... estava a "zappar" e não sei porquê houve um programa que me chamou a atenção naquele canal. Pronto... fiquei agarrada! E ainda por cima a box avariou nessa altura o que me obrigou a fazer grandes ginásticas e piscinas para lá e para cá enquanto tentava fazer as coisas em casa e ver uns pedacinhos da série, uma vez que não dava para gravar.
O programa Are You The One? e a ideia pareceu-me super interessante e dá que pensar. Claro que é um reality show com miúdas e miúdos giros e bem-feitos mas este tem um sentido mais vasto do que apenas ganhar dinheiro e fama rápida.
Estão 20 pessoas numa casa, 10 mulheres e 10 homens, que foram avaliados e estudados de forma a serem apurados quais os seus pares perfeitos. (Isto é, cientificamente - e aparentemente como é óbvio - conseguir saber para cada pessoa qual o seu par ideal. Ora isto é a resposta à pergunta de praticamente toda a gente, porque toda a gente, mais ou menos independente, procura naturalmente o seu par, a sua outra metade, a sua companhia e amor.). Se conseguirem, ao fim de 10 reuniões de grupo, descobrirem quem são os 10 pares perfeitos ganham o prémio final - 1 milhão de dólares e... descobrirem alguém que pode ser o seu par para a vida! Ora convenhamos que isso vale muito mais do que qualquer quantia de dinheiro ou fama rápida!
Será que cientificamente podemos saber que a pessoa X ou a pessoa Y são aquelas com quem poderíamos maximizar a felicidade e amor? A ser verdade isso praticamente é sair-nos o jackpot da vida!
Mas.... claro, não é assim tão linear e portanto não é assim tão fácil. Primeiro porque às vezes nem os próprios sabem bem o que querem e escolhem consecutivamente pessoas com que têm relações pouco frutuosas, conflituosas ou até vazias e assim se vão perdendo e sentido cada vez mais sozinhos ainda que rodeados de gente. Isto quer dizer que o nosso par ideal pode estar bem à nossa frente e nós não o vemos! O que é... fodido! (perdoem-me a expressão mas não encontrei mais adequada!) Por outro lado, ainda que a ciência nos permita saber teoricamente com quem podemos ter ligação quase perfeita, tem sempre uma determinada margem de erro, e na prática as pessoas podem simplesmente apaixonar-se por outra pessoa que não aquela que a ciência dizia ser a tal! E mesmo assim a sua relação correr bem e serem felizes.
No programa o grupo conseguiu descobrir os pares perfeitos de cada um. E o mais interessante foi tirar as seguintes conclusões:
- na maior parte dos casos as pessoas sentiram uma química ou algo especial entre si logo no primeiro contacto. Algumas começaram logo aí a ligarem-se e outras afastaram-se e estiveram com outras pessoas, mas acabaram por (portas e travessas! às vezes rocambolescas!) naturalmente voltar àquelas por quem se sentiram atraídos no primeiro instante. Que giro não é?! Talvez não precisemos de ciência para sabermos quem é o nosso par perfeito. Talvez o saibamos intrinsecamente. Basta deixar o instinto falar, deixar fluir, e ver o que é que o nosso corpo e a nossa mente querem! Fácil não?! :O
- houve um caso de pessoas que se apaixonaram e descobriram que não eram o par perfeito uma da outra. Descobriram que o seu par perfeito eram outras pessoas, com quem tinham relações de amizade, mas não sentiam paixão. Esse casal passou por um mau bocado quando descobriram que não eram o par perfeito um do outro... mas continuaram juntos! E os respectivos pares perfeitos ficaram sem ninguém. :P Às vezes acontece... tiveram de continuar a procurar mas fora do programa e sem a ajuda da ciência. Ou talvez este caso também nos faça pensar que existam mais do que uma pessoa perfeita para cada um!! Ou às vezes em diferentes momentos da vida precisamos de diferentes tipos de relações e pessoas! Who knows right?!
- houve casais de pares perfeitos em que as pessoas discutiam o tempo todo. Isto também foi um bocado surpreendente para mim. Eu acho sempre que uma boa relação, ou pelo menos o que eu quero de uma relação, é harmonia sem esforço. E discutir significa que há divergências que não se estão a conseguir naturalmente, como deveriam, resolver. Ou porque as pessoas são mesmo muito diferentes ainda que se amem incondicionalmente, ou porque uma delas ou ambas resistem a ceder pelo outro. Não acho, por otro lado, que discutir seja assim tão mau. Não acredito em relações em que está sempre tudo muito bem, nunca discutem, e estão sempre no máximo da paixão. Das duas uma... ou não falam e partilham ideias uma com a outra e portanto é uma relação vazia (uhhhhhhh) ou têm outras pessoas (extra-relação) de quem conseguem colmatar as faltas que sentem na sua relação principal.
Ora no programa, ficaram juntas pessoas que discutiam, que ora se afastavam ora se reuniam. E isso mostra uma outra coisa também muito interessante. Não há definição certa e completa de relação perfeita. Aquilo que para uma pessoa pode ser a melhor relação do mundo, para outra pode ser a pior relação do mundo! Cada relação é única. Só as pessoas que a constituem e aquilo que são juntas é que sabem e justificam ou não a sua existência.
Recomendo o programa! Gostei!
Comentários
Beijinhos Ana.
Quanto ao restante, não acredito em pares ideais. Duas pessoas, mesmo sendo do mesmo meio e vivencia precisam sempre de se adaptarem, darem o braço a torcer, mudar e evoluir para que uma relação dê certo!
E a vida a dois é e sempre será assim, duas personalidades diferentes em constante mudança e adaptação... Umas vezes dá certo, outras não! Até que um dia encontramos alguém que simplesmente tem a mesma vontade e disponibilidade para mudar e evoluir ao nosso ritmo!
Pode existir a pessoa perfeita para para qualquer um hoje, mas e amanhã? É preferível alguém que nos aceite ontem, hoje e amanhã do que o uma pessoa que seja perfeita para nós hoje! Porque o hoje é tão curto e o amanhã e o ontem é foi e é o resto da nossa vida...
Beijo.