Muitas vezes as coisas não são mesmo o que parecem. District 9 parecia ser um filmezinho, tive quase a desistir de vê-lo logo nos primeiros 10 minutos e eis que bang!... acabei por gostar muito. Imaginem que milhões de alienígenas vinham parar à Terra e não conseguiam voltar para o seu planeta. Imaginem que esses alienígenas eram muito diferentes dos humanos no aspecto exterior e nos seus modos de vida, mas que no essencial eram iguais... tinham famílias, viviam em sociedade, tinham as mesmas necessidades básicas e afectivas, e tinham sentimento. Aí tudo muda de figura. Se o nosso primeiro instinto é exterminar qualquer espécie estranha que represente uma ameaça para nós, o facto deles em muito se assemelharem a nós deixa-nos hesitantes. Porque é como se o estivéssemos a fazer a nós próprios e mais facilmente nos colocamos na sua pele.
Imaginem também que esses alienígenas viviam à margem... em favelas. Com toda a violência, corrupção, pobreza e caos que isso implica. E que os humanos começassem a perceber que tinham de controlar a situação. Para além de todas as experiências que achavam que deviam fazer a esta espécie estranha.
Aqui os alienígenas podiam simplesmente ser trocados por outros quaisquer que vivam à margem da nossa sociedade. O modo de actuação não foi diferente, nem de um lado, nem de outro.
Um filme interessante sobre as diferenças, o que é que realmente constitui uma ameaça para nós, quem são uns para controlar outros, as experiências de Biotecnologia, o poder governamental e os interesses pessoais e frios dos poderosos.
E afinal a esperança dos rejeitados - os alienígenas - foi um humano.
Além disso, a música do filme é fantástica: :)
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