"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sós."
Um dia alguém me disse num tom sério que "a única pessoa com quem poderás para sempre contar é contigo própria". Embora na altura não percebesse bem o significado desta frase, desta mensagem, percebi naquele momento que era algo muito importante. E é mesmo.
Egocentrismos e egoísmos à parte, aquele com quem teremos para sempre de conviver, aquele que estará sempre connosco, no bem e no mal, aquele que ouve os nossos pensamentos mais sórdidos e presencia cada momento nosso... somos nós mesmos. Não é fácil perspectivar isso. A maioria de nós vê-se como um ser uno, mas é possível tentar dissociar-mo-nos de nós próprios e constatar-mos aquilo que afinal somos, de forma imparcial.
Quando na vida começamos a perceber, gerir e a aceitar as nossas próprias dificuldades e defeitos (i.e. a conhecer-mo-nos melhor), e por outro lado começamos também a perceber as nossas qualidades e virtudes, torna-mo-nos mais conscientes e fortes. Capazes de entender que acima de tudo devemos respeito e amor a nós próprios. Afinal de contas, é com esse ser que vamos lidar a vida inteira! Portanto, é bom que o alimentemos, cultivemos, respeitemos e por ele oremos. Somos sagrados, únicos e perpetuamente especiais.
A melhor forma de saber se gostamos de nós é passar algum tempo sozinho a conversar-mos e a conviver-mos connosco próprios. Se isso nos incomodar há algo errado na nossa vida. Andamos a temer ou a evitar algo. Se, por outro lado, nos agradar e nos induzir num estado sereno, então estamos em paz e em comunhão connosco próprios. Só assim conseguiremos estar verdadeiramente em paz e em comunhão com os outros.
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