Já tinha ouvido falar no cão Hachiko mas não sabia bem a sua história.
Não é por acaso que este cão de raça japonesa akita ficou conhecido e foi tão adorado, tendo sido fonte de inspiração para diversas formas de arte, nomeadamente a cinematográfica.
Simboliza na perfeição a lealdade e fidelidade.
Hachiko viveu 11 anos, grande parte dos quais a esperar paciente e fielmente o seu querido dono (entretanto falecido) na estação de comboios onde costumava aguardar diariamente a sua chegada após o dia de trabalho. É uma história tão bonita quanto inspiradora...
"Em 1924, Hachikō foi trazido a Tóquio pelo seu dono, Hidesaburō Ueno, um professor do departamento de agricultura da Universidade de Tóquio. O professor Ueno, que sempre foi um amante de cães, nomeou-o Hachi (Hachikō é o diminutivo de Hachi) e encheu-o de amor e carinho. Hachikō acompanhava Ueno desde a porta de casa até à, não distante, estação de comboios de Shibuya, voltando para encontrá-lo ao final do dia. A visão dos dois, que chegavam à estação de manhã e voltavam para casa juntos na noite, impressionava profundamente todos os presentes. A rotina continuou até maio do ano seguinte, quando numa tarde o professor não voltou como de costume. A vida feliz de Hachikō como animal de estimação do professor Ueno foi portanto interrompida apenas um ano e quatro meses depois de ter sido adoptado. Ueno sofrera um AVC na universidade naquele dia, nunca mais voltando à estação onde sempre o esperara Hachikō.
A 21 de maio de 1925, o professor Ueno sofreu um derrame súbito durante uma reunião do corpo docente e morreu. A história diz que, na noite do velório, Hachikō, que estava no jardim, partiu as portas de vidro da casa e fez o seu caminho para a sala onde o corpo foi colocado e passou a noite deitado ao lado do seu mestre, recusando-se a sair. Outro relato diz como, quando chegou a hora de colocar vários objectos particularmente amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachikō pulou para dentro do caixão e tentou resistir a todas as tentativas de removerem-no de lá.
Depois da morte do dono, Hachikō foi enviado para viver com familiares do professor Ueno, que moravam em Asakusa, no leste de Tóquio. Mas ele fugiu várias vezes e voltou para a sua casa em Shibuya. Foi então dado ao ex-jardineiro do Professor Ueno, que conhecia Hachi desde que ele era um filhote. Mas Hachikō fugiu dessa outra casa várias vezes também. Ao perceber que o seu antigo mestre já não morava na casa em Shibuya, Hachikō ia todos os dias à estação de Shibuya, da mesma forma como sempre fazia, e esperou que ele voltasse para casa. Todos os dias ele ia e procurava o professor Ueno entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o obrigavam. Fez isso dia após dia, ano após ano. Hachikō esperava pelo retorno do seu dono e amigo.
A figura permanente do cão à espera do seu dono atraiu a atenção de muita gente. Muitos frequentadores da estação de Shibuya já haviam visto Hachikō e o professor Ueno indo e vindo juntos diariamente no passado. Percebendo que o cão esperava em vão a volta do seu mestre, ficaram tocados e passaram, então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
Por dias e anos contínuos Hachikō aparecia ao final da tarde, precisamente no momento de desembarque do comboio na estação, na esperança de se reencontrar com o seu dono.
A sua história foi enviada para o Asahi Shinbun, um dos principais jornais do país, onde foi publicada em Setembro de 1932. O escritor tinha interesse em Hachikō e, prontamente, enviou fotografias e detalhes sobre ele para uma revista especializada em cães japoneses. Uma foto de Hachikō tinha também aparecido numa enciclopédia sobre cães, publicada no exterior. No entanto, quando um grande jornal nacional assumiu a história de Hachikō, todo o povo japonês soube sobre ele e tornou-se uma espécie de celebridade, uma sensação nacional. A sua devoção à memória do seu mestre impressionou o povo japonês e tornou-se modelo de dedicação à memória da família. Pais e professores usavam Hachikō como exemplo para educar crianças.
Hachiko envelheceu, estava frágil, tornou-se muito fraco e sofria de dirofilariose, um verme que ataca o coração. Na madrugada de 8 de Março de 1935, com a idade de 11 anos, morreu numa rua lateral à estação de Shibuya. A morte de Hachikō estampou as primeiras páginas dos principais jornais japoneses e muitas pessoas ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto foi declarado.
Os seus ossos foram enterrados num canto da sepultura do professor Ueno (no Cemitério Aoyama, Minami-Aoyama, Minato-ku, Tóquio), para que ele finalmente se reencontrasse com o mestre por quem ele havia ansiado por tantos anos. A sua pele foi preservada e uma figura empalhada de Hachikō pode ainda ser vista no Museu Nacional de Ciências em Ueno.
No dia 8 de Março é realizada uma cerimónia solene na estação de comboio, em homenagem à história do cão leal.
A lealdade dos cães da raça Akita já era conhecida pelo povo japonês há muito tempo. Numa certa região do Japão, incontáveis são as histórias de cães desta raça que perderam as suas vidas ao defenderem a vida dos seus proprietários.
Onde quer que estejam e para aonde quer que vão, têm sempre "um dos olhos" voltados para aqueles que deles cuidam. Por causa desse zelo, o Akita tornou-se Património Nacional do povo japonês, tendo sido proibida sua exportação.
Se algum proprietário não tiver condições financeiras de manter o seu Akita, o governo japonês assume sua guarda."
A 21 de maio de 1925, o professor Ueno sofreu um derrame súbito durante uma reunião do corpo docente e morreu. A história diz que, na noite do velório, Hachikō, que estava no jardim, partiu as portas de vidro da casa e fez o seu caminho para a sala onde o corpo foi colocado e passou a noite deitado ao lado do seu mestre, recusando-se a sair. Outro relato diz como, quando chegou a hora de colocar vários objectos particularmente amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachikō pulou para dentro do caixão e tentou resistir a todas as tentativas de removerem-no de lá.
Depois da morte do dono, Hachikō foi enviado para viver com familiares do professor Ueno, que moravam em Asakusa, no leste de Tóquio. Mas ele fugiu várias vezes e voltou para a sua casa em Shibuya. Foi então dado ao ex-jardineiro do Professor Ueno, que conhecia Hachi desde que ele era um filhote. Mas Hachikō fugiu dessa outra casa várias vezes também. Ao perceber que o seu antigo mestre já não morava na casa em Shibuya, Hachikō ia todos os dias à estação de Shibuya, da mesma forma como sempre fazia, e esperou que ele voltasse para casa. Todos os dias ele ia e procurava o professor Ueno entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o obrigavam. Fez isso dia após dia, ano após ano. Hachikō esperava pelo retorno do seu dono e amigo.
A figura permanente do cão à espera do seu dono atraiu a atenção de muita gente. Muitos frequentadores da estação de Shibuya já haviam visto Hachikō e o professor Ueno indo e vindo juntos diariamente no passado. Percebendo que o cão esperava em vão a volta do seu mestre, ficaram tocados e passaram, então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
Por dias e anos contínuos Hachikō aparecia ao final da tarde, precisamente no momento de desembarque do comboio na estação, na esperança de se reencontrar com o seu dono.
A sua história foi enviada para o Asahi Shinbun, um dos principais jornais do país, onde foi publicada em Setembro de 1932. O escritor tinha interesse em Hachikō e, prontamente, enviou fotografias e detalhes sobre ele para uma revista especializada em cães japoneses. Uma foto de Hachikō tinha também aparecido numa enciclopédia sobre cães, publicada no exterior. No entanto, quando um grande jornal nacional assumiu a história de Hachikō, todo o povo japonês soube sobre ele e tornou-se uma espécie de celebridade, uma sensação nacional. A sua devoção à memória do seu mestre impressionou o povo japonês e tornou-se modelo de dedicação à memória da família. Pais e professores usavam Hachikō como exemplo para educar crianças.
Hachiko envelheceu, estava frágil, tornou-se muito fraco e sofria de dirofilariose, um verme que ataca o coração. Na madrugada de 8 de Março de 1935, com a idade de 11 anos, morreu numa rua lateral à estação de Shibuya. A morte de Hachikō estampou as primeiras páginas dos principais jornais japoneses e muitas pessoas ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto foi declarado.
Os seus ossos foram enterrados num canto da sepultura do professor Ueno (no Cemitério Aoyama, Minami-Aoyama, Minato-ku, Tóquio), para que ele finalmente se reencontrasse com o mestre por quem ele havia ansiado por tantos anos. A sua pele foi preservada e uma figura empalhada de Hachikō pode ainda ser vista no Museu Nacional de Ciências em Ueno.
No dia 8 de Março é realizada uma cerimónia solene na estação de comboio, em homenagem à história do cão leal.
A lealdade dos cães da raça Akita já era conhecida pelo povo japonês há muito tempo. Numa certa região do Japão, incontáveis são as histórias de cães desta raça que perderam as suas vidas ao defenderem a vida dos seus proprietários.
Onde quer que estejam e para aonde quer que vão, têm sempre "um dos olhos" voltados para aqueles que deles cuidam. Por causa desse zelo, o Akita tornou-se Património Nacional do povo japonês, tendo sido proibida sua exportação.
Se algum proprietário não tiver condições financeiras de manter o seu Akita, o governo japonês assume sua guarda."
Quem tem animais de estimação percebe bem o quão fiéis e cegos pelos donos eles podem ser. Além disso, são regulados por hábitos e rotinas que estão tão intrinsecamente gravados no seu modo de viver que é difícil perder esses hábitos ou deixar de fazer as coisas que sempre fizeram, sempre da mesma forma, Quando tratados com amor, carinho, respeito e disciplina (que em si, como forma de educar também é amar!), são parte integrante dos donos e vice-versa. Torna-mo-nos inseparáveis e com uma ligação eterna.
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