Imaginem uma daquelas estradas com duas vias e um separador central. Trata-se de uma estrada larga, com muito trânsito e na qual se deve ter o máximo cuidado ao atravessar a passadeira.
Eu vinha caminhando no passeio de um dos lados dessa estrada. Gosto de caminhar. Gosto de ir observando as coisas, e as pessoas. A forma como caminham. O seu ritmo. A sua expressão facial e corporal. As cores que trazem. E gosto de reparar que muitas vão a pensar e a falar consigo próprias, repetindo ou possivelmente imaginando diálogos e situações. Às vezes, sem se aperceberem, vão falando em voz alta. É engraçado assistir a isso. Possivelmente faço o mesmo e nem me apercebo!
Mas a surrealidade refere-se a outra coisa. Reparo numa rapariga. Ela está no mesmo lado do passeio que eu, à minha frente. Eu estou de costas para o trânsito. Ela coloca-se na passadeira para atravessar a estrada. Na primeira faixa até ao separador central ela olha para a direita e atravessa. Na segunda faixa ela olha para a esquerda e atravessa.
Por sorte naquele preci(o)so momento não passou nenhum carro. E tratou-se de um momento de sorte porque...
hummmm
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