Fecho os olhos e sorrio. Sei que tudo faz e tem um sentido. Um sentido muito maior do que conseguimos perspectivar na nossa mera e humana existência, perdidos algures entre mares e montanhas a que chamamos de dia-a-dia. Perdidos a tentar sobreviver. A tentar alcançar mais um dia, mais qualquer coisa, mais caminho. E o caminho somos nós. Não são precisas montanhas nem mares. A viagem faz-se dentro de cada um de nós. Em silêncio, abro os olhos, e sorrio. Sei que vou esquecer-me desta mensagem daqui a pouco. Preciso fazê-lo. Para poder continuar a achar-me perdida por entre mares e montanhas, por entre montanhas e mares. Para poder criar um sentido, qualquer coisa a que possa chamar de caminho, e nele possa continuar a encontrar mais um dia.
Divenire - Ludovico Einaudi
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