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Surrealidades do meu dia-a-dia #22

Chegar à praia bem cedo de manhã. Chegar e ter a praia inteirinha só para mim! Acreditem foi um momento muito especial porque uma das razões pelas quais eu por vezes digo não gostar desta praia é precisamente o facto de ter cada vez menos areal e tanta gente  durante a época alta que é impossível estar lá nessa altura. Dá raiva chegar à praia num abrasador dia de Agosto e simplesmente não ter um espacinho onde nos possamos sentar (já nem digo deitar!!!). Ora bem... agora foi a desforra! Chegar à praia (em pelo mês de Maio, é certo...) e não estar lá ninguém. Nem uma única alminha. Senti-me um pouco sozinha mas rapidamente essa sensação deu lugar ao contentamento de estar ali à vontade, e sentir que aquele sítio, naquele momento, aquela magnífica vista sobre o mar, era só minha! Espectáculo!

Passados mais ou menos uns 10 minutinhos de Forever (Happy and Enjoying) Alone :) eis que chegam dois casais de meia-idade. Nortenhos. Muito faladores e barulhentos. Chegam à praia e no meio de todo daquele areal livre colocam o seu chapéu de sol e a sua rica toalhinha... onde?!?! Pegadinhos a mim. De tal forma que quem olhasse podia bem pensar que eu pertencia à família. A tolha de uma das senhoras estava uns bons 50 a 60 cm da minha, no lado direito superior! Yap! Isto só pode ser sina! (a par dos cabeçudos que se sentam sempre à minha frente no cinema, tenho outra sina que é estar na praia e quando dou por isso um/a desconhecido/a está pegadinho a mim de tal forma que se esticar um bocadinho fico com os pés na toalha do dito/a cujo/a... tenho outras sinas mas é um rol um bocado grande, de forma que fica para outros carnavais...).
Passados mais uns minutinhos chega a 3.ª utente da praia. Que, vim a perceber, conhecia os meus vizinhos. Onde é que ela se foi "abancar"?! Adivinhem.... não é difícil.... LOL Pois que a senhora colocou a toalhinha do meu lado esquerdo superior, também muito pertinho. De mim e dos meus recentes vizinhos. Pronto, Xeque-Mate.

Portanto... aquela cena da praia só para mim foi sol de pouca dura. Foi muito bom enquanto durou. A partir daí... também foi bom! Foi gozar o excelente dia que estava, resignada à minha condição de "parece que tenho mel" e ficar a par da vida dos meus vizinhos. Eram de Braga. Imigrantes já reformados. Daqueles que trouxeram muita riqueza para o país. Que investiram cá e agora estão assim-assim arrependidos mas simultaneamente divididos entre o facto de terem vindo a comprovar que aquilo que investiram pouco ou nada lhes rendeu mas que esta é a sua Pátria.... e muitas mais coisas... até quanto é que pagam de IRS! Vejam só o nível de pormenor! :) No final até gostei deles. Eram pessoas simpáticas, abertas e muito presentes e conscientes do que se está a passar no nosso país. Muito interessantes portanto.

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